GALIZA
APSU
....DE VOLTA AO COMEÇO
Minha mulher, minha irmã
Minha cara metade
De carne maçã, maçã
Minha costela- de-Adão
Meu pé de romã, romã
Vento que bate na porta
Trazendo notícias
Que tem de alguém
Vento que entorna a manhã
Do meu bem
Me leva, me leva
Vento
Bate suas asas
Voa sobre as casas
Vento
faz o dia delirar
Traz minha morena do além- mar
Minha irmã, meu irmão
Quem tem ouro na pele
Da alma pagã, pagã
Vento me ensina a tocar
A flauta de Pã, de Pã
Na frente do cortejo o meu beijo
Muito forte como aço, meu abraço
São poços de petróleo a luz negra dos seus olhos
Lágrimas negras caem, saem
Dói
Por entre flores e estrelas
Você usa uma delas como brinco
Pendurada na orelha
É o astronauta da saudade
Com a boca toda vermelha
Lágrimas negras caem, saem
Dói
São como pedras de um moinho
Que moem, roem, moem
E você, baby, vai, vem, vai
E você, baby, vem, vai, vem
Belezas são coisas acesas por dentro
Tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento
Belezas são coisas acesas por dentro
Tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento
Lágrimas negras caem, saem
Dói
E o menino com o brilho do Sol
Na menina dos olhos sorri e estende a mão
Entregando o seu coração
E eu entrego o meu coração
E eu entro na roda
E canto as antigas cantigas de amigo irmão
As canções de amanhecer
Lumiar a escuridão
E é como se eu despertasse de um sonho
Que não me deixou viver
E a vida explodisse em meu peito
Com as cores que eu não sonhei
E é como se eu descobrisse
Que a força esteve o tempo todo em mim
E é como se então de repente
Eu chegasse ao fundo do fim
De volta ao começo
De volta ao começo
Ao fundo do fim
De volta ao começo