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GALIZA

APSU

....DE VOLTA AO COMEÇO

PEDRO GALIZA + APSU DE VOLTA AO COMEÇO.jpg

Minha mulher, minha irmã
Minha cara metade
De carne maçã, maçã
Minha costela- de-Adão
Meu pé de romã, romã
Vento que bate na porta
Trazendo notícias
Que tem de alguém
Vento que entorna a manhã
Do meu bem
Me leva, me leva
Vento
Bate suas asas
Voa sobre as casas
Vento
faz o dia delirar
Traz minha morena do além- mar
Minha irmã, meu irmão
Quem tem ouro na pele
Da alma pagã, pagã
Vento me ensina a tocar
A flauta de Pã, de Pã

Na frente do cortejo o meu beijo

Muito forte como aço, meu abraço

São poços de petróleo a luz negra dos seus olhos

Lágrimas negras caem, saem

Dói

Por entre flores e estrelas

Você usa uma delas como brinco

Pendurada na orelha

É o astronauta da saudade

Com a boca toda vermelha

Lágrimas negras caem, saem

Dói

São como pedras de um moinho

Que moem, roem, moem

E você, baby, vai, vem, vai

E você, baby, vem, vai, vem

Belezas são coisas acesas por dentro

Tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento

Belezas são coisas acesas por dentro

Tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento

Lágrimas negras caem, saem

Dói

E o menino com o brilho do Sol
Na menina dos olhos sorri e estende a mão
Entregando o seu coração
E eu entrego o meu coração
E eu entro na roda
E canto as antigas cantigas de amigo irmão
As canções de amanhecer
Lumiar a escuridão
E é como se eu despertasse de um sonho
Que não me deixou viver
E a vida explodisse em meu peito
Com as cores que eu não sonhei
E é como se eu descobrisse
Que a força esteve o tempo todo em mim
E é como se então de repente
Eu chegasse ao fundo do fim
De volta ao começo
De volta ao começo
Ao fundo do fim
De volta ao começo

Gal Costa - Profana - Capa.jpg

AO FUNDO DO FIM...

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